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CorreiosPar S.A.: A privatização dos Correios em curso


A CorreiosPar S.A. é uma empresa privada que servirá como subsidiária para que a ECT expanda sua atuação em outros ramos, através da compra e de sociedade com grupos privados. Apesar de estar submetida a Estatal e de ser financiado com dinheiro dos Correios – o primeiro aporte foi de R$300 milhões – essa empresa vai operar com as regras da iniciativa privada. As contratações não serão via concurso público, os lucros serão apropriados privadamente e as condições de trabalho vão piorar cada vez mais. Além disso, a tendência é que essa empresa atue nos setores mais lucrativos, como logística, Banco Postal e telefonia, com grande possibilidade de transferência de áreas que hoje são dos Correios, como as encomendas. Apenas o setor de cartas e telegramas estão garantidas como monopólio da ECT. É importante observar, também, que é uma empresa de capital aberto (sociedade anônima), e que pode deixar de ser exclusiva dos Correios com decisões da diretoria da CorreiosPar S.A. As consequências da privatização e da liberalização postal pelo mundo foram drásticas para os trabalhadores. A primeira medida adotada foi a demissão em massa, países reduziram o quadro próprio em até 50%, o que acarretou aumento da sobrecarga de trabalho. Alguns destes postos foram preenchidos com contratação precária, sem direitos trabalhistas mínimos e redução de salário. Algumas destas medidas já vem sendo adotadas pela ECT, como nas agências franqueadas e com as terceirizações (MOTs), que possuem menos direitos trabalhistas e em alguns casos recebem menos. Para piorar, não podem participar da mobilização conjunta da categoria por ter um patrão diferente, apesar de fazerem exatamente o mesmo trabalho. É esse tipo de mudança que a CorreiosPar S.A. vai fazer nos Correios. Histórico

A criação da CorreiosPar S.A. é um desdobramento da Medida Provisória 532/2011, proposta pelo governo Lula e aplicada no governo Dilma. Essa é parte da política defendida pelos governos petistas de transferir o lucro das estatais para serem apropriados diretamente pelo capital privado, assim como foi feito no leilão dos poços de petróleo de Libras (Petrobrás), e as privatizações dos aeroportos. Além disso, essas empresas subsidiárias possuem critérios menos rigorosos de fiscalização e nas licitações, o que pode facilitar desvios de dinheiro como foi no caso do mensalão e agora com os desvios na Petrobrás. Para aprovar a retirada de direitos, estes governos contam com o apoio da CUT. Apesar de ter sido criado pelos trabalhadores na década de 1980, hoje essa Central atua ao lado do patrão contra aqueles que a construíram. Por causa do seu rabo preso com o governo federal, a CUT não organizou a luta contra a MP 532 em 2011. Agora, na Campanha Salarial de 2014, os sindicatos ligados a essa central fraudaram assembleia para aprovar a proposta da empresa a qualquer custo e abandonaram a luta contra o CorreiosPAR, que era um das reivindicações centrais deste ano. Neste momento, precisamos reunificar nacionalmente o movimento sindical dos trabalhadores dos Correios a partir da base e construir uma mobilização que vá para além da categoria, que consiga dialogar com os demais setores da classe trabalhadora. É preciso mostrar que as transformações pelas quais os Correios passam vão prejudicar muito a nossa categoria, mas também toda a nossa classe trabalhadora.

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